quarta-feira, 27 de julho de 2011

Maria Giuseppina Conte "Maggie"




http://www.maggieart.com

Nos anos que morei em Latronico, tive o prazer de conhecer uma jovem pintora e artista que além de ser muito competente no que faz, é muito simpática, um doce de pessoa. Sempre que nos encontrávamos ela me punha para cima com seu positivismo e seu interesse pelo Brasil. Brincávamos que um dia viríamos para o Brasil para escapar do frio das montanhas, viver sob o sol dos trópicos e fazendo arte. Falando em frio e em montanhas, ela os retrata muito bem em suas obras cheias do Espírito de uma Cultura  intensa como a da região da Basilicata, nos presenteando com as cores da neve, dos bosques, das colinas, das flores e do céu, em uma visão de quem tem muita intimidade com aquelas paisagens grandiosas.
Em seu atelier, na mesma rua da nossa pizzaria, Via Roma, a principal rua da cidade, ela mantinha uma exposição permanente, e também sua loja, onde expunha também suas criações com Cristais Swarovski, onde misturava com magia as cores e formas, dando origem a peças exclusivas muito originais. Não sei se ela ainda mantém seu atelier em Latronico, pois quando vim para o Brasil, em 2008 ela também mudou de cidade, em busca de outras realizações, mas sempre me lembro de Giusy com carinho e admiração, e espero que continuemos unidas pela arte...


Negli anni in cui ho vissuto a Latronico, ho avuto il piacere di conoscere una giovane pittrice e artista, che oltre ad essere molto competente in esso, è molto simpatica, una persona dolce. Ogni volta che ci incontravamo mi tirava su con il suo positivismo e il suo interesse per il Brasile. Scherzavamo che un giorno saremmo venute in Brasile per sfuggire al freddo delle montagne, per vivere sotto il sole tropicale, a fare arte. Parlando di freddo e di montagne, li ritrae bene nelle loro opere piene dello Spirito di una cultura intensa come la regione della Basilicata,che presenta a noi con i colori della neve, i boschi, colline, fiori e cielo con una visione di quelli che hanno una grande intimità con quei paesaggi magnifici.
Nel suo studio, sulla stessa via dalla nostra pizzeria, Via Roma, la strada principale dell paese teneva una mostra permanente, e anche il suo negozio, dove venivano esposte le sue creazioni con cristalli Swarovski in cui lavorava colori magici e forme, dando origine a pezzi unici molto singolari. Non so se lei mantiene ancora il suo studio a Latronico, perché quando sono venuta in Brasile nel 2008 si è trasferita in un'altra città in cerca di realizzazioni, ma ricordo sempre con affetto ammirazione Giusy, e spero che continueremo unite per l'arte ...

sábado, 2 de julho de 2011

"Arquitetura Expontânea" a obra do mestre Gabriel Joaquim dos Santos

                                                                                                                                          

 Rio de Janeiro. São Pedro da Aldeia. Uma pequena casa. Uma jóia. Obra-prima da arquitetura espontânea, construída por inspiração de sonhos e devaneios de um homem pobre, negro e semi-alfabetizado. É a Casa da Flor, obra de Gabriel Joaquim dos Santos (1892-1985), simples trabalhador nas salinas, filho de uma índia e de um ex-escravo africano. 






Gabriel Joaquim dos Santos
A forma poética do discurso de Gabriel Joaquim dos Santos


  • Eu tenho um pensamento vivo. 



  • Sonho pra fazer e faço.



  • A casa depende do espírito, é uma casa espiritual.



  • Aquelas flores é feita com caco, de telhas, é um coisa mais forte, caco de pedaço de pedra, porque quero fazer que fique aí, não se desmanche. A chuva bate, lava, é sempre, é uma sempre-viva aquilo.



  • Às vezes saio para ver essas coisinhas que eu mesmo faço e eu mesmo fico satisfeito, me conforta.



  • Esta casa não é uma casa, isto é uma história, é uma história porque foi feita por pensamento e sonho.



  • Deus me deu essa inteligência. Vêm aquelas coisas na memória e eu vou fazer tudo perfeitinho como eu sonhei.



  • Trabalhei sozinho, todo esse movimento que está aqui não tem ajuda, eu que fiz tudo com as minhas mãos.



  • Eu quero os cacos porque dos cacos eu vou fazer as coisas para as pessoas se admirar, pra quê quero comprar uma jarra nova? Jarra comprada eu não preciso. Isso não tem graça.



  • E assim levo a minha vida assim nos sonhos, sonho toda noite. Eu durmo tarde da noite, mas quando vou dormir assim mesmo vêm os sonhos. Vêm aqueles sonhos, aquela visão, aquele pensamento...



  • É Deus que resolve a dúvida. Sem Deus não dá, não tem nação, não tem país, não tem cidade, não tem nada. Precisa Deus. 



  • O Brasil é uma nação muito grande, precisa paz, precisa civilização, precisa educação. Precisa muito cuidado com o Brasil.



  • Eu indo em Cabo Frio, entro na casa daquelas grã-finas, eu trago tudo na mente que eu vi naquela casa, aí é que está, não tiro retrato não, se eu tiver o material, chego em casa e vou fazer perfeito.





  • Ainda está claro do dia, eu já estou procurando a cama, mas não pra dormir, prá pensar. Me deito na cama, pego a imaginar até meia-noite, pensando. O meu sentimento vai muito longe.




  • Vem uma pessoa com um azulejo, eu boto. Vem uma pessoa com um caramujo, eu boto. Vem uma pessoa com um prato quebrado, quebra uma jarra, eu faço aquela ramagenzinha, uma rosa, boto prá enfeitar. 





  • Detalhe enfeites externos
    O que é arquitetura espontânea

    Em todos os tempos, nas mais diversas regiões do mundo, certas pessoas, desligadas de compromissos com regras e modelos determinados por sua cultura, criam intuitivamente a habitação em que vão viver. Constroem para si a casa nascida de suas idéias, fruto da manifestação do seu inconsciente, são os "construtores do imaginário", guiados que são por uma fantasia que os domina obsessivamente.

    É uma arquitetura baseada em soluções surpreendentes porque foge dos padrões tradicionais e porque nascida do uso de materiais considerados pouco nobres e nada convencionais. Vem despertando a atenção de críticos e teóricos em todo o mundo e seus autores - os "construtores do imaginário" - estão sendo redescobertos e merecendo, em outros países, a publicação de livros de arte, estudos críticos, filmes, etc. No Brasil, infelizmente, essa discussão é quase inexistente e precisa ser introduzida, já que contamos com um exemplar perfeito e de qualidade inquestionável que é a Casa da Flor.