quarta-feira, 27 de julho de 2011

Maria Giuseppina Conte "Maggie"




http://www.maggieart.com

Nos anos que morei em Latronico, tive o prazer de conhecer uma jovem pintora e artista que além de ser muito competente no que faz, é muito simpática, um doce de pessoa. Sempre que nos encontrávamos ela me punha para cima com seu positivismo e seu interesse pelo Brasil. Brincávamos que um dia viríamos para o Brasil para escapar do frio das montanhas, viver sob o sol dos trópicos e fazendo arte. Falando em frio e em montanhas, ela os retrata muito bem em suas obras cheias do Espírito de uma Cultura  intensa como a da região da Basilicata, nos presenteando com as cores da neve, dos bosques, das colinas, das flores e do céu, em uma visão de quem tem muita intimidade com aquelas paisagens grandiosas.
Em seu atelier, na mesma rua da nossa pizzaria, Via Roma, a principal rua da cidade, ela mantinha uma exposição permanente, e também sua loja, onde expunha também suas criações com Cristais Swarovski, onde misturava com magia as cores e formas, dando origem a peças exclusivas muito originais. Não sei se ela ainda mantém seu atelier em Latronico, pois quando vim para o Brasil, em 2008 ela também mudou de cidade, em busca de outras realizações, mas sempre me lembro de Giusy com carinho e admiração, e espero que continuemos unidas pela arte...


Negli anni in cui ho vissuto a Latronico, ho avuto il piacere di conoscere una giovane pittrice e artista, che oltre ad essere molto competente in esso, è molto simpatica, una persona dolce. Ogni volta che ci incontravamo mi tirava su con il suo positivismo e il suo interesse per il Brasile. Scherzavamo che un giorno saremmo venute in Brasile per sfuggire al freddo delle montagne, per vivere sotto il sole tropicale, a fare arte. Parlando di freddo e di montagne, li ritrae bene nelle loro opere piene dello Spirito di una cultura intensa come la regione della Basilicata,che presenta a noi con i colori della neve, i boschi, colline, fiori e cielo con una visione di quelli che hanno una grande intimità con quei paesaggi magnifici.
Nel suo studio, sulla stessa via dalla nostra pizzeria, Via Roma, la strada principale dell paese teneva una mostra permanente, e anche il suo negozio, dove venivano esposte le sue creazioni con cristalli Swarovski in cui lavorava colori magici e forme, dando origine a pezzi unici molto singolari. Non so se lei mantiene ancora il suo studio a Latronico, perché quando sono venuta in Brasile nel 2008 si è trasferita in un'altra città in cerca di realizzazioni, ma ricordo sempre con affetto ammirazione Giusy, e spero che continueremo unite per l'arte ...

sábado, 2 de julho de 2011

"Arquitetura Expontânea" a obra do mestre Gabriel Joaquim dos Santos

                                                                                                                                          

 Rio de Janeiro. São Pedro da Aldeia. Uma pequena casa. Uma jóia. Obra-prima da arquitetura espontânea, construída por inspiração de sonhos e devaneios de um homem pobre, negro e semi-alfabetizado. É a Casa da Flor, obra de Gabriel Joaquim dos Santos (1892-1985), simples trabalhador nas salinas, filho de uma índia e de um ex-escravo africano. 






Gabriel Joaquim dos Santos
A forma poética do discurso de Gabriel Joaquim dos Santos


  • Eu tenho um pensamento vivo. 



  • Sonho pra fazer e faço.



  • A casa depende do espírito, é uma casa espiritual.



  • Aquelas flores é feita com caco, de telhas, é um coisa mais forte, caco de pedaço de pedra, porque quero fazer que fique aí, não se desmanche. A chuva bate, lava, é sempre, é uma sempre-viva aquilo.



  • Às vezes saio para ver essas coisinhas que eu mesmo faço e eu mesmo fico satisfeito, me conforta.



  • Esta casa não é uma casa, isto é uma história, é uma história porque foi feita por pensamento e sonho.



  • Deus me deu essa inteligência. Vêm aquelas coisas na memória e eu vou fazer tudo perfeitinho como eu sonhei.



  • Trabalhei sozinho, todo esse movimento que está aqui não tem ajuda, eu que fiz tudo com as minhas mãos.



  • Eu quero os cacos porque dos cacos eu vou fazer as coisas para as pessoas se admirar, pra quê quero comprar uma jarra nova? Jarra comprada eu não preciso. Isso não tem graça.



  • E assim levo a minha vida assim nos sonhos, sonho toda noite. Eu durmo tarde da noite, mas quando vou dormir assim mesmo vêm os sonhos. Vêm aqueles sonhos, aquela visão, aquele pensamento...



  • É Deus que resolve a dúvida. Sem Deus não dá, não tem nação, não tem país, não tem cidade, não tem nada. Precisa Deus. 



  • O Brasil é uma nação muito grande, precisa paz, precisa civilização, precisa educação. Precisa muito cuidado com o Brasil.



  • Eu indo em Cabo Frio, entro na casa daquelas grã-finas, eu trago tudo na mente que eu vi naquela casa, aí é que está, não tiro retrato não, se eu tiver o material, chego em casa e vou fazer perfeito.





  • Ainda está claro do dia, eu já estou procurando a cama, mas não pra dormir, prá pensar. Me deito na cama, pego a imaginar até meia-noite, pensando. O meu sentimento vai muito longe.




  • Vem uma pessoa com um azulejo, eu boto. Vem uma pessoa com um caramujo, eu boto. Vem uma pessoa com um prato quebrado, quebra uma jarra, eu faço aquela ramagenzinha, uma rosa, boto prá enfeitar. 





  • Detalhe enfeites externos
    O que é arquitetura espontânea

    Em todos os tempos, nas mais diversas regiões do mundo, certas pessoas, desligadas de compromissos com regras e modelos determinados por sua cultura, criam intuitivamente a habitação em que vão viver. Constroem para si a casa nascida de suas idéias, fruto da manifestação do seu inconsciente, são os "construtores do imaginário", guiados que são por uma fantasia que os domina obsessivamente.

    É uma arquitetura baseada em soluções surpreendentes porque foge dos padrões tradicionais e porque nascida do uso de materiais considerados pouco nobres e nada convencionais. Vem despertando a atenção de críticos e teóricos em todo o mundo e seus autores - os "construtores do imaginário" - estão sendo redescobertos e merecendo, em outros países, a publicação de livros de arte, estudos críticos, filmes, etc. No Brasil, infelizmente, essa discussão é quase inexistente e precisa ser introduzida, já que contamos com um exemplar perfeito e de qualidade inquestionável que é a Casa da Flor. 

    segunda-feira, 27 de junho de 2011

    "Elogio da Loucura"





    Um dos livros mais brilhantes da história da literatura foi escrito por Desidério Erasmo, humanista holandês, no curto espaço de sete dias, durante uma visita a sua amigo Sir Thomas More, na Inglaterra.  Erasmo dominou o ambiente intelectual de sua época; de toda sua volumosa obra, porém, apenas o Elogio da Loucura escapou à obscuridade e ao esquecimento. 
    Ele mesmo demonstra tom satírico ao explicar o motivo que o levou a 
    escrever o livro:
    "Já que a raça humana insiste em ser completamente louca - já que todas as pessoas, do Papa ao mais humilde pároco da aldeia - do mais rico dos homens ao mais miserável dos mendigos - da honrada dama em suas sedas e cetins à mulher vulgar em seu vestido de chita - já que todos se decidiram firmemente a não usar o cérebro que Deus lhes deu, mas insistem em se deixar guiar inteiramente pela ambição, vaidade, ignorância, porque, em nome de uma divindade racional, deveriam as poucas pessoas realmente inteligentes perder seu tempo e esforço, tentando mudar o gênero humano, transformando-o em algo que ele jamais desejou ser? Deixêmo-lo viver feliz em suas loucuras. Não o privemos daquilo que, lhe dá maior prazer - seu infinito poder de se tornar ridículo." 



    Foi muito bom "degustar" e "digerir" esta obra, pelo principal motivo, que é o de entender qual é o mecanismo que dispara o gatilho de tantas atitudes inexplicáveis do ser humano, não falo de uma casta especial de seres humanos, mas sim de todos nós seres humanos, cada qual com sua pequena porção de loucura...


    Eis alguns trechos marcantes da leitura:


    "As pessoas admiram com prazer maior o que menos compreendem, pois a sua vaidade está nisso interessada. Assim riem, aplaudem, abanam as orelhas como burros, para mostrarem deste modo que compreenderam perfeitamente." 
    "A amizade: o pai cujo filho tem os olhos vesgos e afirma que o filho possui um lindo olhar, não constituirá isto tudo a mais pura loucura?"

    "Como veríamos realizarem-se tão poucos casamentos se o noivo se informasse das loucuras que a sua noiva, tão modesta e recatada, praticou antes do casamento! E, mais tarde, que a união se poderia manter, se a conduta de muitas mulheres não fosse ignorada pela negligência e estupidez dos maridos. Tudo isto se atribui à Loucura."

    "Toda a gente vê no rei um homem opulento e poderoso. Porém, se não possuir nenhuma qualidade espiritual, nada lhe pertence, é mesmo infinitamente pobre, e, se está sujeito ao domínio dos vícios, é apenas o mais vil dos escravos. Se os atores estão em cena desempenhando o seu papel e um deles tenta arrancar as máscaras para mostrar ao público a sua verdadeira face, conseguirá apenas perturbar toda a representação e deveria ser expulso do teatro como louco. Pois a donzela da peça surgiria aos vossos olhos como um homem; o jovem transformar-se-ia num velho; o rei num escravo e o deus num miserável humano. Destruída toda a ilusão, a obra destrói-se. Era o travesti e o disfarce que atraíam o espectador. O mesmo acontece na vida, que não passa duma comédia, em que cada qual representa o seu papel, conforme a máscara que usa, até que o contra-regra o faz sair de cena. Este, de resto, confia ao mesmo ator
    papéis muito diversos, de modo que aquele que antes se revestia da púrpura de um rei reaparece agora sob os andrajos de um escravo. Por todo o lado só existe o disfarce, e a comédia da vida representa-se do mesmo modo."

    "Velhas revelhas, cadáveres ambulantes, que parecem ter vindo do inferno,
    a repetir constantemente: A vida é bela! São mulheres quentes que farejam
    o bode, como dizem os gregos. Seduzem por algumas moedas um jovem
    qualquer, pintam-se incessantemente, estão sempre a olhar-se ao espelho,
    depilam-se nas partes mais secretas, estendem as mamas flácidas,
    solicitam o desejo dos seus amantes com gritinhos trêmulos, querem beber
    e dançar no meio das jovens e escrever cartas de amor. Todas as troçam e
    as chamam de arquiloucas. Entretanto, elas estão satisfeitas consigo
    próprias, nadam num mar de delícias, saboreiam todas as doçuras e são
    felizes. E só a Loucura permite isso." 










    quarta-feira, 15 de junho de 2011

    Gaia e as Pedras

     Ela era feliz e tinha consciência disso. Naquele tempo Gaia tinha plena consciência de seu estado de espírito. Era um sentimento de realização sem motivo aparente e pelo qual Gaia não lutara bravamente; o alcançara quase que por acaso, na luta diária de vencer os males do mundo pelo bem, num cenário quotidiano quase que banal.
    Mulher que, quando muito jovem saíra da casa dos pais com pouca bagagem e muitos sonhos. Havia chegado muito além de quanto pudesse imaginar. Havia feito muitas viagens, sim, todas a lugares próximos ao seu eixo, mas uma a uma, estas viagens foram forjando seu espírito, reforçando suas asas para um vôo maior, que sabia que um dia, inevitavelmente aconteceria, só não sabia de que forma.
    Ia pelo mundo assim, em busca de algo, não sabia bem o que buscava, mas sabia que algo a chamava. Gaia sabia pertencer a algum mundo que não era este que conhecia, sabia que dentro de si uma estranha força pulsava e crescia, com sede de aflorar quando chegasse a hora.
    E quando essa hora chegou o  destino a levou para bem longe, além do vasto Oceano, por onde passaram nossos ancestrais, vencendo  os terrores dos abismos e suas lendárias criaturas, as incertezas, o medo da morte, o escorbuto; com a mesma sede de conhecer e sentir tudo que o mundo nos oculta quando criamos raízes.
    Então Gaia alçou aquele vôo que ela havia imaginado tantas vezes e repassado na memória do que ainda não foi, mas que é familiar àqueles que sonham. E pode ver o mundo de cima de uma falésia e respirar o ar doce e quente que chegava da África e se deleitar com isso. A visão era magnífica, e já ali, Gaia sabia que sua vida tinha valido a pena; mas não tinha entendido que a lição mais importante de sua vida ainda estava por vir. A lição de que nunca deixamos de aprender algo, dia após dia, até o último dia de nossa vida, e que as oportunidades são únicas e uma vez desprezadas, passam a fazer parte de um estranho depósito em nossa alma, como objetos inúteis, ou desprezados, entulhados no sótão.
    Foi então que caminhando um pouco mais, Gaia conheceu a mudança de cores das florestas no outono das altas latitudes, conheceu o gelo que parecia interminável dos longos invernos, conheceu o cheiro da neve, e entendeu o quanto é valioso o calor de um raio de sol esquentando a pele. Ela era incansável em sua busca, e quanto mais caminhava, mais queria conhecer, e foi então que começou a aprender a lição que a vida queria lhe ensinar. Por suas andanças, começou a perceber que apesar de toda a beleza do mundo, tinha algo que mais a intrigava com seu mistério... As pessoas... Começou a descobrir e se descobrir nas pessoas dos lugares por onde passava. Entendeu que as dores e os amores são sempre iguais, que choramos as nossas feridas igualmente em qualquer língua e que as pessoas que o destino trazia para junto dela eram tesouros que ela queria descobrir, e bastava prestar um pouco mais de atenção. Passou a decifrar olhares e gestos, a perceber o quanto as pessoas guardavam e derramavam alegrias, tristezas, mágoa, esperança, compreendeu seus apegos e inseguranças.
    Viu que as crianças são feitas de pura inteligência emotiva e confiança na vida...que os homens são meninos que cresceram muito e muito rápido...que as mulheres são pessoas que sonham com um mundo melhor e que aqueles  já avançados no percurso da vida são pessoas maravilhosas com suas experiências e generosas em compartilha-las conosco. E a única semelhança entre todos os que conheceu? O único ponto em comum ...todos queriam ser amados e aceitos.
     Gaia cada vez mais enriquecia sua bagagem com lembranças de lugares, mas trazia sempre consigo muitos rostos, nomes e sentimentos, que guardaria para sempre no cofre de seu coração, da mesma forma que guardava as pedras de suas viagens, com carinho ... seixos arredondados pelas águas, pedras trincadas, cristais, rochas pálidas, polidas ou negras, todas pedras colhidas no seio da terra.

    terça-feira, 7 de junho de 2011

    "La Pizza di Francisco"

    Para os italianos pizza é um assunto sério...Não é apenas o velho conceito do equilíbrio entre os ingredientes, o ponto em que deve estar assada, a qualidade e a "genuinidade" (termo muito usado na Itália) dos ingredientes; mas também é uma questão de tradição que envolve muitos outros pontos subjetivos, como a capacidade do pizzaiolo em passar uma verdadeira paixão pelo "mestiere" (ofício), e a responsabilidade em se tratar a simples pizza como "A Pizza", a protagonista de uma longa história, capaz de mudar a vida de um povo e até de reis e rainhas, unindo em sua receita algo de mágico, que hipnotiza e satisfaz com seus aromas e suas texturas.
    Sabendo do risco que corria por estar no exigente "país da pizza", Francisco não se deteve diante da dúvida, e em novembro de 2002 com muita dificuldade abriu as portas de sua loja "Pizza Express", na principal rua de Latronico, a inesquecível Via Roma. Já na primeira noite fomos surpreendidos pela multidão que queria experimentar sua pizza. Nos meses seguintes a sua capacidade em agradar o paladar das pessoas de uma cidade inteira se confirmou, eram noites muito intensas atrás do balcão, para poder dar vazão a uma quantidade de pizzas inesperada, e muita modéstia de sua parte para receber os inúmeros elogios... Foram quatro anos de atividade constante, costurados com os fios invisíveis de uma história de amor, enriquecidos pela presença sempre agradável dos clientes, que tinham muita paciência e esbanjavam bom humor, construíndo um ambiente sempre alegre, cheio de risadas e que nos davam a segurança de estar realmente entre amigos.
    Nunca vou me esquecer das crianças entrando no final da tarde todos os dias para buscar seus "panzerottini", dos sábados, em que a calçada ficava lotada de pessoas que abriam as caixas e comiam alí mesmo, sentados nos degraus das escadas e de quando trabalhei até o último dia de gravidez e só saí de trás do balcão para ir para o hospital, bem no dia mais importante da cidade, a festa de Santo Egídio Abate, que como todos os anos atrai milhares de pessoas, e Francisco teve que dar conta sozinho de todo o trabalho, passando a noite toda entre o forno e o caixa, perdendo as contas de quantas pizzas vendeu naquela noite...Boas lembranças!!



    Per gli italiani la pizza italiana è una cosa seria ... Non è solo l'antico concetto di equilibrio tra gli ingredienti, il punto di cottura, la qualità e "genuinità" (un termine molto usato in Italia) degli ingredienti, ma è anche una questione di tradizione che coinvolge molti punti soggettivi, quali la capacità di trasmettere alla pizza una vera passione per il mestiere, e la responsabilità di vedere la pizza come "La Pizza", la protagonista di una lunga storia, in grado di cambiare la vita di un popolo e anche re e regine, unendo nella sua ricetta  qualcosa di magico, che ipnotizza e soddisfa con i loro aromi e consistenze.
    Conoscendo il rischio che correva, vivendo nel "paese della pizza", Francisco non si è fermato di fronte al dubbio, e nel novembre 2002 con grande difficoltà aperto la porta del suo negozio "Pizza Express" sulla strada principale di Latronico, l'indimenticabile Via Roma. "Già la prima sera siamo stati sorpresi dalla folla che ha voluto provare la sua pizza. Nei mesi successivi la sua capacità di soddisfare il palato della gente di una intero paese è stato confermato, sono state molte serate dietro il bancone, per dare sfogo a una quantità inaspettata di pizza e un sacco di modestia da parte sua a ricevere numerosi complimenti. .. Quattro anni di attività costante, una storia cucita con i fili invisibili dell'amore, rafforzato dalla presenza sempre bella dei clienti, che avevano molta pazienza e buon umore, costruendo un ambiente sempre allegro, pieno di risate e ci hanno dato la certezza di stare effettivamente tra amici.
     Non dimenticherò mai dei bambini nel doposcuola, tutti i giorni che venivano a prendere i "panzerottini".Il sabato sera, quando il marciapiede era pieno di ragazzi a mangiare proprio lì, seduti sui gradini, e quando ho lavorato fino all'ultimo giorno di gravidanza e ho lasciato il bancone per andare all'ospedale, proprio nell giorno più importante dell paese, la festa di S. Egidio Abate, che come ogni anno attira migliaia di persone, e Francisco ha dovuto far fronte da solo di tutto il lavoro, passando la notte tra il forno e  il registrattore di cassa, ed è riuscito a sfornare inumerevoli pizze... Belli questi ricordi!"





    domingo, 5 de junho de 2011

    "Emaranhamento quântico"

    Me falaram a respeito dessa teoria, e achei interessante compartilhá-la aqui no blog, por ser mais uma descoberta científica (Não tão nova no meio acadêmico), mas que com certeza ainda vai revolucionar nossa história...


    O emaranhamento quântico é um fenômeno da mecânica quântica que permite que dois ou mais objetos estejam de alguma forma tão ligados que um objeto não possa ser corretamente descrito sem que a sua contra-parte seja mencionada - mesmo que os objetos possam estar espacialmente separados. Isso leva a correlações muito fortes entre as propriedades físicas observáveis dos diversos sub-sistemas.
    Essas fortes correlações fazem com que as medidas realizadas num sistema pareçam estar a influenciar instantaneamente outros sistemas que estão emaranhados com ele, e sugerem que alguma influência estaria a propagar-se instantaneamente entre os sistemas, apesar da separação entre eles. Mas o emaranhamento quântico não permite a transmissão de informação a uma velocidade superior à da velocidade da luz, porque nenhuma informação útil pode ser transmitida desse modo. Só é possível a transmissão de informação usando um conjunto de estados emaranhados em conjugação com um canal de informação clássico - aquilo a que se chama o teletransporte quântico.

    Confissões de um físico teórico.
     O leitor pode estar se perguntando como e porque um artigo com um título tão estranho está em um jornal de cultura popular. Na verdade, a reação comum quando as pessoas encontram um físico teórico é olhar para ele como um alien, ou um psicopata autista incapaz de conduzir uma vida normal aproveitando assuntos mais 'populares'. Bem, existem várias razões do porque físicos teóricos não são tão populares mesmo entre pessoas com paixão por cultura. Qualquer um ficaria intrigado ao ouvir os absurdos que geralmente professamos sobre como a Natureza funciona! A teoria quântica, especificamente, afirma que nossa experiência do dia a dia do mundo “macroscópico” (coisas que tocamos e vemos) é inútil para descrever o comportamento do mundo “microscópico” (os componentes minúsculos das mesmas coisas que tocamos e vemos). Estes objetos minúsculos não sabem nem se eles são partículas (como bolas de sinuca) ou ondas de energia (como os raios de sol), e não porque nós não conseguimos detectá-los com precisão suficiente, mas por que existe um limite definitivoa priori para o conhecimento (desta precisão) que pode ser ganho. Então, dependendo em como olhamos para estes objetos, eles se comportam como ondas ou partículas, respondendo aleatoriamente nossos testes.

    Agora vai e conta pra todo mundo que as mentes mais brilhantes do século passado descobriram o seguinte (confirmado por mais de 70 anos de evidências experimentais): que o mundo é intrinsicamente aleatório e que é impossível ter informação completa de seus componentes, e que isso implica que existem pobres gatinhos que podem estar ao mesmo tempo vivos e mortos... Eu penso que as pessoas vão ficar um pouco deprimidas, ou pensarão que você está completamente bêbado!! De fato, a mecânica quântica pode ficar um pouco mais conveniente! Este tal princípio de “incerteza” diz que quando você sabe exatamente a posição de uma partícula, você não pode saber qual é sua velocidade, e vice-versa. Então, na próxima vez que um policial te parar dizendo que você estava indo rápido demais com seu carro, tente dizer para ele (e diga para nós se funcionou) que de acordo com Mr. Heisenberg, como você está em um lugar não existe como saber qual a sua velocidade; e se ele insistir que ele gravou sua velocidade, você responde que você não poderia estar naquele lugar específico no momento, já que você estava delocalizado no universo inteiro!!!

    Agora, se alguns poucos bravos leitores chegaram a este ponto vivos, eles têm no mínimo uma grande dor de cabeça! Relaxe, você está em boa companhia. Mr. Einstein eventualmente recusava a teoria quântica porque “Deus – ele disse – não joga dados.” E Mr. Feynman (e eu estou citando somente ganhadores de prêmios Nobel!) honestamente disse: “Ninguém entende mecânica quântica.” Então, tenho alguma esperança de fazer da física quântica um pedaço de cultura? Vou dizer agora para você sobre a mais contra-intuitiva e radical das características da mecânica quântica... ainda, vou tentar fazer desta característica tão natural quanto o sentimento que todo mundo experimenta desde o momento do nascimento e antes: amor.

    Emaranhamento: paixão à distância. Mr. Schroedinger (outro pioneiro da mecânica quântica, também ganhador do Nobel: ele propôs o exemplo do gato) cunhou o termo “emaranhamento” (entanglement em inglês) em 1935 para descrever uma conexão peculiar em sistemas quânticos:

    Quando dois sistemas entram em contato físico temporário
    devido a forças conhecidas entre eles, e quando,
    depois de um tempo de influência mútua, os sistemas são separados novamente,
    então eles não podem mais ser descritos da mesma forma que antes.
    Eu não chamaria esta uma mas sim a característica
    marcante da mecânica quântica, a que força
    todo o desvio da linha de pensamento clássica.
    Por interagirem os dois sistemas se tornaram emaranhados.

    Emaranhamento então se manifesta de alguma forma como uma correlação complicada (Einstein o censurou como uma “fantasmagórica ação à distância”) entre partes que estiveram em contato, e mantêm o contato mesmo milhares de quilômetros de distância. Isto tem sido demonstrado experimentalmente com átomos individuais ou feixes de luz; mas como isto pode se encaixar em nossa vida diária? O sentimento mais próximo que vem à minha mente é amor. Pense numa mãe e num filho, ou dois amantes que compartilham uma emoção intensa, e agora estão vivendo em partes diferentes do mundo. Eles sentem cada um, percebem a tristeza e a alegria da pessoa distante, e são influenciados por isso. Schroedinger adicionou:

    Outra maneira de descrever esta situação peculiar é: o melhor conhecimento
    possível do todo não necessariamente inclui o melhor conhecimento
    de todas as suas partes. A falta de conhecimento é devida à própria interação.”



    quarta-feira, 1 de junho de 2011

    "LIVRO DO ARTISTA"




    Os livros de artista ou livros-objeto não se prendem a padrões de forma ou funcionalidade, extrapolam o conceito livro rompendo as fronteiras comumente atribuídas aos livros de leitura para se assumirem como objetos de arte. São objetos de percepção. Normalmente, são obras raras, muitas vezes únicas, ou com tiragens extremamente reduzidas. Resistem na contramão em relação aos veículos reproduzidos em massa.
    No meu livro de artista, que estou construindo e finalizando, através do Curso-oficina de Arte, ministrado pelo artista plástico João Bosco, no Museu Municipal Padre Lima, em Itatiba, estou resgatando parte muito importante da minha história pessoal. Parte que tenho vivido desde 1991, quando fui à Itália pela primeira vez e desde então tem sido um ir e vir que resultou em dez anos de vida naquele país, dos quais sete passados em uma comunidade muito especial, (Latronico-Basilicata) em sua simplicidade, nas tradições populares, ritos de passagem, em seus provérbios, crenças, rituais ligados à vida no campo, à importância do universo feminino, principalmente em meu entendimento pessoal. Através desse livro tenho conseguido expor parte deste universo tão forte, presente, que contagiou minha mente e minhas emoções, como paisagem indelével impressa na alma.
































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