domingo, 5 de junho de 2011

"Emaranhamento quântico"

Me falaram a respeito dessa teoria, e achei interessante compartilhá-la aqui no blog, por ser mais uma descoberta científica (Não tão nova no meio acadêmico), mas que com certeza ainda vai revolucionar nossa história...


O emaranhamento quântico é um fenômeno da mecânica quântica que permite que dois ou mais objetos estejam de alguma forma tão ligados que um objeto não possa ser corretamente descrito sem que a sua contra-parte seja mencionada - mesmo que os objetos possam estar espacialmente separados. Isso leva a correlações muito fortes entre as propriedades físicas observáveis dos diversos sub-sistemas.
Essas fortes correlações fazem com que as medidas realizadas num sistema pareçam estar a influenciar instantaneamente outros sistemas que estão emaranhados com ele, e sugerem que alguma influência estaria a propagar-se instantaneamente entre os sistemas, apesar da separação entre eles. Mas o emaranhamento quântico não permite a transmissão de informação a uma velocidade superior à da velocidade da luz, porque nenhuma informação útil pode ser transmitida desse modo. Só é possível a transmissão de informação usando um conjunto de estados emaranhados em conjugação com um canal de informação clássico - aquilo a que se chama o teletransporte quântico.

Confissões de um físico teórico.
 O leitor pode estar se perguntando como e porque um artigo com um título tão estranho está em um jornal de cultura popular. Na verdade, a reação comum quando as pessoas encontram um físico teórico é olhar para ele como um alien, ou um psicopata autista incapaz de conduzir uma vida normal aproveitando assuntos mais 'populares'. Bem, existem várias razões do porque físicos teóricos não são tão populares mesmo entre pessoas com paixão por cultura. Qualquer um ficaria intrigado ao ouvir os absurdos que geralmente professamos sobre como a Natureza funciona! A teoria quântica, especificamente, afirma que nossa experiência do dia a dia do mundo “macroscópico” (coisas que tocamos e vemos) é inútil para descrever o comportamento do mundo “microscópico” (os componentes minúsculos das mesmas coisas que tocamos e vemos). Estes objetos minúsculos não sabem nem se eles são partículas (como bolas de sinuca) ou ondas de energia (como os raios de sol), e não porque nós não conseguimos detectá-los com precisão suficiente, mas por que existe um limite definitivoa priori para o conhecimento (desta precisão) que pode ser ganho. Então, dependendo em como olhamos para estes objetos, eles se comportam como ondas ou partículas, respondendo aleatoriamente nossos testes.

Agora vai e conta pra todo mundo que as mentes mais brilhantes do século passado descobriram o seguinte (confirmado por mais de 70 anos de evidências experimentais): que o mundo é intrinsicamente aleatório e que é impossível ter informação completa de seus componentes, e que isso implica que existem pobres gatinhos que podem estar ao mesmo tempo vivos e mortos... Eu penso que as pessoas vão ficar um pouco deprimidas, ou pensarão que você está completamente bêbado!! De fato, a mecânica quântica pode ficar um pouco mais conveniente! Este tal princípio de “incerteza” diz que quando você sabe exatamente a posição de uma partícula, você não pode saber qual é sua velocidade, e vice-versa. Então, na próxima vez que um policial te parar dizendo que você estava indo rápido demais com seu carro, tente dizer para ele (e diga para nós se funcionou) que de acordo com Mr. Heisenberg, como você está em um lugar não existe como saber qual a sua velocidade; e se ele insistir que ele gravou sua velocidade, você responde que você não poderia estar naquele lugar específico no momento, já que você estava delocalizado no universo inteiro!!!

Agora, se alguns poucos bravos leitores chegaram a este ponto vivos, eles têm no mínimo uma grande dor de cabeça! Relaxe, você está em boa companhia. Mr. Einstein eventualmente recusava a teoria quântica porque “Deus – ele disse – não joga dados.” E Mr. Feynman (e eu estou citando somente ganhadores de prêmios Nobel!) honestamente disse: “Ninguém entende mecânica quântica.” Então, tenho alguma esperança de fazer da física quântica um pedaço de cultura? Vou dizer agora para você sobre a mais contra-intuitiva e radical das características da mecânica quântica... ainda, vou tentar fazer desta característica tão natural quanto o sentimento que todo mundo experimenta desde o momento do nascimento e antes: amor.

Emaranhamento: paixão à distância. Mr. Schroedinger (outro pioneiro da mecânica quântica, também ganhador do Nobel: ele propôs o exemplo do gato) cunhou o termo “emaranhamento” (entanglement em inglês) em 1935 para descrever uma conexão peculiar em sistemas quânticos:

Quando dois sistemas entram em contato físico temporário
devido a forças conhecidas entre eles, e quando,
depois de um tempo de influência mútua, os sistemas são separados novamente,
então eles não podem mais ser descritos da mesma forma que antes.
Eu não chamaria esta uma mas sim a característica
marcante da mecânica quântica, a que força
todo o desvio da linha de pensamento clássica.
Por interagirem os dois sistemas se tornaram emaranhados.

Emaranhamento então se manifesta de alguma forma como uma correlação complicada (Einstein o censurou como uma “fantasmagórica ação à distância”) entre partes que estiveram em contato, e mantêm o contato mesmo milhares de quilômetros de distância. Isto tem sido demonstrado experimentalmente com átomos individuais ou feixes de luz; mas como isto pode se encaixar em nossa vida diária? O sentimento mais próximo que vem à minha mente é amor. Pense numa mãe e num filho, ou dois amantes que compartilham uma emoção intensa, e agora estão vivendo em partes diferentes do mundo. Eles sentem cada um, percebem a tristeza e a alegria da pessoa distante, e são influenciados por isso. Schroedinger adicionou:

Outra maneira de descrever esta situação peculiar é: o melhor conhecimento
possível do todo não necessariamente inclui o melhor conhecimento
de todas as suas partes. A falta de conhecimento é devida à própria interação.”



Nenhum comentário:

Postar um comentário